Como escolher uma parafusadeira industrial?
Confira nosso guia para garantir uma operação com máxima eficiência e o mínimo custo possível
O universo das ferramentas industriais pode parecer elementar, mas esconde pormenores mais complexos do que imaginamos. Por exemplo, você sabe como escolher uma parafusadeira industrial? Em geral, ela é indicada para operações com parafusos e torques menores (entre 4 e 12 Nm), mas não existe uma única ferramenta perfeita para todas as situações: apenas o dimensionamento das variáveis envolvidas em cada aplicação será capaz de garantir máxima eficiência com o menor custo possível.
A parafusadeira errada pode:
- causar perdas por danos ao parafuso e à junta;
- comprometer a ergonomia e a saúde do operador;
- reduzir a durabilidade da ferramenta;
- diminuir a produtividade.
Como escolher uma parafusadeira para operações industriais? Siga esses 3 passos!
1. Faça um diagnóstico do perfil da aplicação
Determine:
- Que tipos de material serão utilizados (aço, madeira, plástico)? – Não esqueça de incluir acessórios, como arruelas.
- Qual o tipo de junta – rígida, flexível ou semiflexível? – Lembre-se que uma junta de aço, por exemplo, se torna menos flexível conforme a adição de arruelas.
- Quão crítica é a aplicação? Qual o grau de precisão necessária?
- Qual é a faixa de torque e velocidade requerida?
- Qual é a intensidade de uso? – Quantas horas de uso contínuo em um ciclo de trabalho.
2. Determine o tipo de parafuso
Existem muitos tipos de parafuso disponível, selecionados conforme a aplicação e os materiais utilizados. A geometria da rosca (que interfere na velocidade de fixação) e o formato da cabeça também influenciam a escolha das parafusadeiras e seus respectivos bits.
Basicamente, 4 fatores devem ser considerados:
- Qual é o formato da cabeça do parafuso?
- Qual é o tamanho do parafuso? – Esse dado vai indicar o valor de torque mais adequado.
- O acesso – Quais são as condições de encaixe do parafuso na junta?
- Qual é o tipo de bit necessário?
A tabela a seguir indica os tipos de parafuso mais comuns e as situações mais indicadas.
Esta tabela de referência indica o torque recomentado para cada tamanho de parafuso – mas vale destacar que esses valores podem variar conforme a flexibilidade da junta.
Nesta etapa de análise, você deve investigar qual é o menor e o maior parafuso a ser aplicado com a mesma ferramenta, estabelecendo o range de torque necessário. A demanda pode ser atendida com uma ou mais parafusadeiras.
3. Determine as especificações da ferramenta
São 4 variáveis fundamentais:
Tipo de acionamento
- Gatilho: para parafusadeiras do tipo pistola.
- Alavanca: mais comuns em parafusadeiras retas.
- Push start: o operador só precisa encostar o bit no parafuso para o aperto começar. É o mais confortável e ergonômico.
Formato da parafusadeira
- Tipo Pistola: para aplicações com parafuso na horizontal em superfície vertical. Por proporcionar maior firmeza e apoio na empunhadura, garante maior controlabilidade da ferramenta.
- Reta: formato em linha para aplicações com parafuso vertical em superfície horizontal.
Mecanismo de impacto
Existem diversos mecanismos de impacto que atendem a demandas bastante específicas.
- Embreagem de impacto (rocking dog): boa para juntas muito flexíveis, propiciando rundown em alta velocidade.
- Acionamento direto: não tem embreagem, o bit é acionado diretamente e o torque de parada é regulado pela pressão do ar. Punho ergonômico e melhor relação potência/peso.
- Embreagem positiva: boa para aplicações de torque variadas. Ao contrário do mecanismo de acionamento direto, regulado pela pressão de ar, nesse caso o operador pode forçar o engate da embreagem para aumentar o torque. Excelente para aplicações em madeira.
- Embreagem deslizante: rundown em alta velocidade, com torque ajustado pela tensão da mola. Facilidade de uso, ajuste e manutenção.
- Embreagem de desligamento automático (shut-off): a embreagem desliga a parafusadeira automaticamente quando atinge o torque predefinido, garantindo apertos precisos.
A faixa de torque/velocidade
Assim como em outras ferramentas industriais, nesse caso também é preciso determinar a faixa de toque/velocidade conforme o tamanho de parafuso (vide tabela acima) e tipo de junta. Um fio de rosca muito longo demanda alta velocidade para garantir produtividade.
No entanto, se o torque precisar ser finalizado com menor velocidade do que a inicial e a ferramenta não tiver mecanismo de parada automática, o operador poderá perder o controle, apertar demais e danificar uma peça.
Isso acontece quando a junta une materiais com diferentes graus de flexibilidade – controle de torque com parada shut-off evita esse tipo de problema.
As vantagens da parafusadeira do tipo shut-off
As parafusadeiras do tipo shut-off são bastante versáteis e estão disponíveis em versões com várias velocidades, formatos e modo de acionamento para todos os tipos de aplicação. A parada automática evita danos por parafuso solto ou sobretorque, além de garantir a padronização dos processos. Assim, reduz o descarte de peças e custos, além de proporcionar maior produtividade.
Outra vantagem é a economia com consumíveis, pois a parada automática minimiza o desgaste de bits. Também é uma parafusadeira mais ergonômica, sobretudo quando apresenta acionamento do tipo push start.